quinta-feira, 24 de julho de 2008

Amiga encalhada!

Eu sempre me pergunto: -Porque ela ainda está solteira? - Afinal, não é nem um pouco feia. Loira, olhos claros, corpinho sarado. Juro que se eu fosse homem ... aarg..Mas nao sou e preciso urgentemente ajudá-la. Não que ela esteja desesperada ou coisa do tipo, gosto de pensar que elá tá é dando um tempo disso tudo, porque, cá entre nós, homem é um serzinho esquisito e apesar de ser essencial, dá um trabaaalho.

- Ei! você vem sempre aqui? - Eu me virei, perguntando pra ele.
- Ah.. am.. no banco? Bem, venho sempre que tenho que pagar algo né? Eu acho... - É evidente que ele ficou assustado com aquela pergunta repentina, mas eu nao ia desistir tão fácil.
- E .. bom, você tem namorada? - Claro, todos sabemos que essa é a pergunta chave! O garoto pode ser um gato, mas se tiver namorada não rola.
- Porque essa pergunta? Eu, éé.. conheço você?

Bom, não foi lá um ótimo começo, mas eu precisava fazer isso. Tudo bem que estávamos na fila de um banco e o garoto era desconhecido, mas não estava afim de desperdiçar nenhuma oportunidade. O mercado masculino anda muito escasso ultimamente e eu me sentia no dever de fazer isso por ela. E ela? Ah, ela obviamente não estava nada satisfeita com aquilo.

- Ray! O que pensa que está fazendo? - ela disse enfurecida.
- Resolvendo sua vida, oras! Como sua melhor amiga, me sinto no dever de ajudar.

O silêncio reinou por alguns segundos, a Nicole já ia abrir a boca quando eu a interrompi.

-Mas, você ainda nao me disse seu nome. - O garoto parecia encabulado.
-Eduardo, prazer.
- Prazer, Nicole.

É claro, meu nome não é esse. Tratei de apresentar a Nick sem delongas. Eles conversaram, conversaram, e até trocaram número de telefone. Enfim, já estava me achando heroína, quando na verdade estava mais pra "estúpido cupido". O garoto era um prego, grudou no pé da coitadinha e não largou mais. Ela teve até que mudar de telefone, e o vigia do banco, o seu João, disse que várias vezes o tal Eduardo esteve por lá, nos procurando.
Pobre Nick, não dá sorte mesmo! E eu, claro, não desisto nunca!

- Ei! você vem sempre aqui? - Obvio, essa pergunta é de praxe.
- É .. am .. aqui aonde? No ônibus? - Estava na cara que ele nao entendeu muito bem as minhas intenções.
-Ah, desculpa. - Dei um sorriso. - Na verdade gostaria de saber se você É daqui.
- Não, na verdade estou de passagem. - Ele disse de forma simpática.
- Jura? Mas que conhecidencia! Nós também. Essa é a minha amiga, a Nicole.

Pausa para um comentário: Imagine a cara da Nicole. Vermelha era pouco, estava roxa! Eu confesso que tive que segurar o riso, acho que é mais engraçada do que necessária essa busca por um namorado.

Depois de apresentá-los, fiz questão de mudar de lugar com ele para que ficasse mais próximo dela. Os dois conversaram, conversaram, e novamente trocaram endereços. Imaginei que minha missão estava cumprida.
E ... Bem, estaria, se ele não tivesse uma namorada. Maldito! Odeio esse tipo de garoto. Não se contenta com o que tem. Pior ainda, foi ver minha amiga com cara de idiota quando descobriu que era a Gabi a namorada do indivíduo.

Nota: A Gabi? Bom, ela era simplesmente a garota mais linda e cobiçada da cidade, logo, a mais nojentinha também. Preferimos deixá-la exibindo o namorado e carregando os troféus da traição. Bem feito!

A essa altura do campe0nato, ou da caça, eu ja estava desistindo. Eu sempre soube que seria difícil, mas não impossível. Decidi que essa seria a minha última tentativa e talvez chance.

- Eiiiiiiiiiiii, você vem sempre aqui! - Imaginei que sendo mais simpática, talvez desse certo.
- Err, na minha casa? Bom, eu moro aqui! - Ele falou sorrindo. E, devo dizer .. QUE sorriso!
- É que as vezes me esqueço que estou na sua casa Pedro. - Eu disse de forma sarcástica.
- Claro Ray, você quase mora aqui! Já estou quase cobrando pelas suas visitas. - Ele piscou gentilmente.
- Você já conhece a minha ...
-Amiga, a Nicole. Sim eu a conheço. -Ele interrompeu a minha fala.

Esse é o Pedrinho, meu amigo de longa data. Até hoje me questiono: -Como eu nunca havia pensado nele? - Uma gracinha de menino. Super simpático, inteligente, bem comportado...

Decidi levar a Nicole até ele, e vou dizer pra vocês, foi a pior coisa que já fiz na vida. Porque? Perguntem pra Nick!
Eles conversaram, conversaram, saíram e se deram muito bem por sinal. Eu já estava ajoelhada, rezando e agradecendo, esperando minha recompensa no céu e meu título de santa. Mas, a vida é bem complicadinha mesmo, e algo inesperado aconteceu - O Juan. Um latino de um metro e noventa e cinco, olhos castanhos, cabelos lisos. De enlouquecer!
A Nick conheceu o sujeito na padaria, vê se pode?! Tanto trabalho jogado fora. O Pedrinho até hoje pergunta porque ela não atende o telefone e eu finjo que não sei.
Filha da ...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Depil-AAAi-ção – Um dia de cão!

- Aaaaaau! Essas eram as palavras que mais saiam da minha boca neste dia infeliz. Agora eu entendo, e dou viva e graças às tão bondosas feministas! Lutando pelos corpos cabeludos, pelo fim do sutiã e das calcinhas pequenas e desconfortáveis. Agora sim eu entendo. Nunca foi questão de direitos iguais ou revolução e sim de bom senso!

Sexta feira, dia do tormento. Dia em que as mulheres dedicam seu precioso tempo com coisas fúteis e aparentemente sem sentido como fazer o cabelo, a sobrancelha, as unhas e etc. Aquele famosoGeral tão temido e ao mesmo tempo tão desejado. Quando dizem que mulher é um bicho estranho eu acredito. Como pode alguém, pagar para sentir dor? Não é só estranheza, é BURRICE!Eu confesso que nunca fui muito adepta a esse história de salão de beleza. Mamãe sempre disse: - Menina, você tem que ser mais vaidosa. – E blá blá blá.

Mas eu nunca dei ouvido, até eu conhecer o meu namorado.Vocês mulheres sabem como é né? Todas têm aquela fase antes e depois do namorado. Antes: Cabelos esvoaçados, roupas despojadas e principalmente CURTAS, unhas descascando, calcinhas enormes (de bichinhos e confortáveis). Depois do namorado: Cabelos escovados e alisados (de preferência), roupas comportadíssimas, unhas muito bem feitas e calcinhas micro (vermellhas, brancas e pretas, pelo amor de deus, nada de bege, é broxante!).

Voltando ao assunto, já estava me perdendo, o tal dia de cão. Porque dou a ele esse nome? Simples. É o dia em que me sinto uma cadela, uivando, gemendo e gritando de dor, desesperada, implorando por misericórdia. É claro, os homens que agora estão lendo, devem se deliciar com minhas palavras, filhos da ... Não sabe o que sofremos pra manter esse corpinho, e tudo pra que? É o que sempre me pergunto. Para que?

Decidi fazer algo diferente hoje e marquei uma depilação. É obvio que eu sempre me depilo, mas normalmente é a canela e as axilas. Mas hoje, hoje decidi encarar o meu maior medo, e por insistência da Nicole (minha melhor amiga), decidi aderir ao movimento “Reclamar pra que? Nós nascemos pra sofrer!” e fazer isso logo de uma vez.
- Vamos Ray, nem dói tanto assim! Deixa de frescura. – ela disse.

Foram às palavras ameaçadoras e inquietantes que me fizeram forte para entrar naquele cubículo escuro e misterioso, intitulado por mim como “sala dos horrores”, mas que tinha como nome real, Sala da Depilação.Eu juro, juro por Deus que se soubesse o que me aguardava, jamais teria entrado ali. Preferia morrer cabeluda como uma aranha, do que ser despelada daquele jeito! Um absurdo! Absurdo!
- Vamos, deite-se mocinha! – foram as primeiras palavras da maldita, digo, depiladora.
- É a primeira vez? – ela continuou falando, para me deixar mais confortável.
- Sim, que eu depilo a virilha é a primeira vez sim. – eu disse ainda meio envergonhada.
- Ah, então temos uma iniciante! – ela sorriu alegremente, com todo aquele ar de torturadora, feliz em maltratar mais uma pobre menininha indefesa.
Eu apenas sorri, sem muitas palavras.
- Então... Pode se ajeitar minha querida.
Me ajeitar? Como assim me ajeitar? Já estava deitada e aparentemente confortável o que mais ela queria?
- É .. Err ...Já estou ajeitada.
Ela riu, mas logo se recompôs.
- Não, minha querida, você precisa tirar tudo! – ela falou, como se fosse à coisa mais normal do mundo.
- Tirar ...TUDO? – ela só pode estar brincando. Mal conhecia aquela senhora e ela queria que eu ficasse peladinha? Nem minha mãe me vê sem roupas, só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto.
- Sim minha filha, tudo! – ela falou meio impaciente.
Bom, eu já estava ali não é? O que mais podia fazer? Em minha mente, todos os palavrões possíveis se projetavam, e com toda vergonha que já senti em minha vida, fiquei nua na frente daquela estranha.
Imaginem só a conversa daquela sujeita com as amigas:
- sabe, a minha cliente das 15:00hrs? A .... dela, é enoooorme! Nunca vi algo tão arreganhado!
- Jura? – diria a amiga ainda incrédula.
- Acredite! Fora as gordurinhas concentradas na cintura, se eu fosse o namorado dela ....

Eu achei que ela ia se calar e começar logo o serviço. Mas elas são espertas, aposto que treinadas pelo governo, ou por alguma instituição (obviamente MASCULINA), para nos fazer sofrer.
Suas palavras não eram para me acalmar, pelo contrário, eram para me distrair! Quando eu vi, já sentia a cera queimando as minhas coxas, e arrepiando todos os cabelinhos do meu corpo. Quando digo todos, são realmente TODOS! A desgraçada nem me esperou, e ...

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAiiiii! – foi apenas o primeiro puxão. Sentia o suor correndo e meu corpo estremecer.
- doeu? – ela perguntou, com uma cara meio triste.

Não?! Claro que não, eu gritei de alegria, imbecil!
É claro que eu não disse isso, apenas acenei com a cabeça, para que ela continuasse.Aquele dia parecia não passar nunca e para ajudar ela falava sem parar.
Falava sobre o vizinho drogado, sobre a filha na faculdade, sobre um garoto que morreu, e eu fingia que ouvia. Na verdade eu estava a xingando, xingando mentalmente, com todas as minhas forças.

-Sabe? Essa vida de salão é muito corrida, tem dia que não consigo nem almoçar.
É? Jura?Pois bem feito, espero que você morra de fome, vadia miserável!
Era o que eu pensava, e a cada puxão, rezava para todos os deuses, santos e demônios, pedindo que aquilo acabasse.
Eu sei, eu sei que não é culpa da pobre, mas nessas horas você não fica muito racional e a minha vontade era levantar pelada daquela mesa e quebrar tudo naquele lugar, principalmente a cara daquela infeliz.
-Pronto! Na frente nós já terminamos.
- Graças a deus! – eu disse sem pensar.
– mas, como assim na frente? Isso quer dizer que ...
- sim, vire-se, agora é o bum bum.
Ela só pode estar brincando! Quer que eu fique de quatro?
-isso é realmente preciso? – disse com uma voz inconformada
- claro, tem que ficar bem feito! – ela retrucou.

Bom, já estava pelada, com minha “amiga” a mostra, toda quente e cheia de cera. Ficar de quatro não ia ser nada demais.Senti cada puxão e sofri cada segundo. Ela disse que foi rápido.Rápido, sei. Foi uma eternidade isso sim! Depois de estar toda “lisinha”, vesti minha roupa e marquei outro horário. Ainda tive que agradecer, vaca! Como se ela tivesse feito algo de bom por mim.Saí revoltada daquele lugar, jurando nunca mais voltar.Ainda tive que aturar meu namorado dizendo que não dói nada! Arrrg! Deixa ele, ainda o levo pra depilar a barba!E o pior de tudo é saber que esse sofrimento jamais vai acabar.

15 dias depois, os primeiros pelinhos nasciam novamente. Malditos, porque não ficam quietinhos ai?

terça-feira, 22 de julho de 2008

Futebol de Domingo

O famoso dia de domingo. Futebol com os amigos, cervejinha gelada e mulheres (de preferência que não sejam as namoradas). Pra eles é um dia mais do que especial, diria até único, mas a felicidade não é eterna e nós mulheres não somos tão passíveis quanto aparentamos. Eu me arriscaria a afirmar, com toda minha convicção de observadora, que a partir do momento que as mulheres resolveram se reerguer diante da submissão, foram capazes de conhecer o poder de um barzinho com as amigas. E isso com certeza foi o caos, se não um dos motivos do apocalipse. Diria até, que o dia de domingo jamais foi o mesmo!Antes dedicado a tarefas domésticas, como lavar roupa, cozinhar, varrer o chão, organizar o guarda-roupas e afins, agora direcionado ao futebol, cervejinha gelada e fofoca. Muito mais produtivo e divertido, mas ao mesmo tempo, muito mais incomodo na visão masculina. Imagine o quanto deve ser angustiante, ver cada vez mais mulheres invadindo um espaço antes másculo e rude? Onde só se viam homens por todos os lados, esbanjando virilidade e exibindo seus grandes feitos para a humanidade: - Cara, lembra daquela gostosa do 401? Mandei um bilhetinho, e dois dias depois, ela tava tomando café da manhã na minha cama! - mas que agora, só se vêem mulheres gritando Gol e comentando sobre as coxas torneadas dos jogadores. Mas é obvio que este não é o único problema. Já não bastava termos roubado o cenário empresarial e do mercado de trabalho, nos espalhando pelas ruas, escritórios, hospitais, padarias, clínicas, empreiteiras, corpos de bombeiros, trabalhos policiais e militares, também invadimos os CAMPOS DE FUTEBOL e os barzinhos. Concordo que foi uma ousadia tamanha, mas muito gratificante.
Toda vez que saio de casa, objetivando ver um jogo de futebol, fico mais emocionada. Torcer com todo fervor para o meu time, vestir a camisa P (que antes só se fabricava G, GG e extra G) super sexy, pedir uma gelada e falar sobre o corte de cabelo horroroso da Mariinha, ou sobre a roupa brega que a Fernanda resolveu comprar. É claro que nem tudo são flores, principalmente para o meu namorado que não fica nada satisfeito com a situação. Primeiro porque não sonhamos com a mesma vitória, já que torcemos por times diferentes (nota: é incrível como o time dele passou a ganhar freneticamente do meu, depois que nos conhecemos) e segundo, porque o meu timão tem um bar, ao lado da minha casa, o que faz com que eu o freqüente quase que diariamente, e o que faz com que ele fique maluco.
Enfim, acredito que um dia eles possam suportar a dor da perda. Afinal, agora as namoradas não mais esbravejam, choram e xingam quando eles dizem - Amorzinho, hoje é domingo, dia do futebol com os amigos. - Não, pelo contrário. Agora elas dizem : - Amor, anda logo, o jogo já vai começar!
É, eu sei. Não imagino marmanjos no cabelereiro, lendo manchetes de revistas como:
"Saiba Como deixar o sexo mais selvagem", ou entao " Os principais bebefícios da depilação", afinal, isso não faz muito o tipo deles. Mas convenhamos que o número de metrossexuais vem aumentando, e se eles podem dividir o secador, o espelho e a manicure com a gente, porque não podemos dividir o futebol, a gelada e as pernas malhadas dos jogadores com eles?